Todas as pessoas que gostam do
Queen – e principalmente seus fãs – conhecem a história da banda. Sabem que
Brian May (Gwilyn Lee) e Roger Taylor (Bem Hardy) possuíam uma banda antes de
conhecerem Freddie Mercury (Rami Malek). Sabem das extravagâncias de Freddie
Mercury no palco e fora dele. Sabem de sua opção sexual de Mercury – batizado Farrokh
Bulsara, na religião zoroastriana. Sabe que teve relações com homens e mulheres
e que seus principais parceiros, com quem casou foram Mary Austin – de 1970 a
1976 – e Jim Hutton – de 1985 até o dia de seu falecimento. Sabem que ele faleceu
das consequências da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Mas o quanto
conhecem dos bastidores disso tudo?
Com direção de Bryan Singer,
baseado no roteiro de Anthony McCarten – que escreveu a história ao lado de
Peter Morgan –, está nos cinemas, “Bohemian Rhapsody – A História de Freddie
Mercury”.
O subtítulo dado no Brasil, “A
História de Freddie Mercury”, não é o que eu consideraria o ideal. Sim, temos um
roteiro mais centrado no vocalista do Queen, mas a história em si parte do
momento que May e Taylor após uma festa que eles tocavam com sua banda. Após
seu vocalista os abandonar, Freddie lhes fala sobre seu desejo de fazer parte
da banda e assim começa a parceira. Com a introdução de John Deacon (Joe Mazzello)
nos baixos, a banda decide inovar. Primeiro mudam o nome da banda, depois
começam a compor músicas que mais têm a ver com eles. A música que dá título ao
filme, “Bohemian Rhapsody” é colocada como o divisor de águas de um momento do
grupo, pois é o momento em que eles se tornam mais autossuficientes e assumem o
destino de sua carreira.
Um dos maiores pecados do filme,
para mim, é os erros cronológicos. Um dos maiores exemplos é a apresentação do
Queen no Brasil.
Sinceramente, teria sido
fantástico que o grupo inglês tivesse se apresentado na década de 1970, no Rio
de Janeiro, com o Maracanã extremamente lotado, mas, como brasileiros, sabemos
que o momento culminante da banda no Brasil foi durante o primeiro Rock in Rio,
de 1984, onde eles tocaram seus maiores sucessos com o público cantando junto,
principalmente, “Love of my Life”. Mas sabemos que coisas desse tipo ocorrem em
filmes biográficos, fatos sempre se tornam irrelevantes no período de seus
acontecimentos. Mas nem por isso, “Bohemian Rhapsody” perde sua beleza, pois
temos ali vários pontos crucias da banda sendo colocados para nosso conhecimento.
As composições de músicas, os momentos de crises de Mercury, suas brigas e
desentendimentos com a banda. Sua “descoberta” de sexualidade. Sua descoberta
da AIDS. E todos os momentos maravilhosos e mágicos da banda.
Eu nunca disse ser fã do Queen,
mas sempre fui um admirador assíduo da banda, essencialmente no período que
Freddie Mercury foi membro. Não sei se considerarão como spoiler – acho que já
soltei alguns, peço desculpas por isso – mas não mostram os momentos finais de
Freddie, e acho o mais correto a ser feito, pois o mais importante é sabermos o
quanto esse artista brilhou e o legado que deixou. Sua voz, sua música, para
sempre encantarão os admiradores, os fãs e toda uma velha – e por que não nova –
geração que sempre escutará e agradecerá por Freddie e o Queen terem existido e
trabalhado em uníssono.
Quanto ao trabalho de elenco –
lógico, não poderia deixar de mencionar – temos que admirar cada dia mais o
trabalho de Rami Malek. Começou com trabalhos menores até se tornar o
protagonista da série “Mr. Robot”. Alguns duvidavam de sua possibilidade de
encarar um personagem tão cheio de personalidade como Freddie Mercury, mas ele
demonstra ser totalmente capaz de encarar o papel e o torna bastante crível. O
mesmo posso dizer com a atuação Gwilin Lee, Ben Hardy e Joe Mazzello que
interpretam Brian May, Roger Taylor e John Deacon, respectivamente. O grupo se
torna totalmente verossímil nas telas e, como eu havia dito, temos também os
problemas de cada membro sendo citados na decorrência da película.
“Bohemian Rhapsody” vai além da
história do Freddie Mercury, narrando o Queen em sua formação original e tudo
que pode ser dito para a formação de uma das maiores bandas do mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário