domingo, 11 de novembro de 2018

Bohemian Rhapsody


Todas as pessoas que gostam do Queen – e principalmente seus fãs – conhecem a história da banda. Sabem que Brian May (Gwilyn Lee) e Roger Taylor (Bem Hardy) possuíam uma banda antes de conhecerem Freddie Mercury (Rami Malek). Sabem das extravagâncias de Freddie Mercury no palco e fora dele. Sabem de sua opção sexual de Mercury – batizado Farrokh Bulsara, na religião zoroastriana. Sabe que teve relações com homens e mulheres e que seus principais parceiros, com quem casou foram Mary Austin – de 1970 a 1976 – e Jim Hutton – de 1985 até o dia de seu falecimento. Sabem que ele faleceu das consequências da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Mas o quanto conhecem dos bastidores disso tudo?
Com direção de Bryan Singer, baseado no roteiro de Anthony McCarten – que escreveu a história ao lado de Peter Morgan –, está nos cinemas, “Bohemian Rhapsody – A História de Freddie Mercury”.
O subtítulo dado no Brasil, “A História de Freddie Mercury”, não é o que eu consideraria o ideal. Sim, temos um roteiro mais centrado no vocalista do Queen, mas a história em si parte do momento que May e Taylor após uma festa que eles tocavam com sua banda. Após seu vocalista os abandonar, Freddie lhes fala sobre seu desejo de fazer parte da banda e assim começa a parceira. Com a introdução de John Deacon (Joe Mazzello) nos baixos, a banda decide inovar. Primeiro mudam o nome da banda, depois começam a compor músicas que mais têm a ver com eles. A música que dá título ao filme, “Bohemian Rhapsody” é colocada como o divisor de águas de um momento do grupo, pois é o momento em que eles se tornam mais autossuficientes e assumem o destino de sua carreira.
Um dos maiores pecados do filme, para mim, é os erros cronológicos. Um dos maiores exemplos é a apresentação do Queen no Brasil.
Sinceramente, teria sido fantástico que o grupo inglês tivesse se apresentado na década de 1970, no Rio de Janeiro, com o Maracanã extremamente lotado, mas, como brasileiros, sabemos que o momento culminante da banda no Brasil foi durante o primeiro Rock in Rio, de 1984, onde eles tocaram seus maiores sucessos com o público cantando junto, principalmente, “Love of my Life”. Mas sabemos que coisas desse tipo ocorrem em filmes biográficos, fatos sempre se tornam irrelevantes no período de seus acontecimentos. Mas nem por isso, “Bohemian Rhapsody” perde sua beleza, pois temos ali vários pontos crucias da banda sendo colocados para nosso conhecimento. As composições de músicas, os momentos de crises de Mercury, suas brigas e desentendimentos com a banda. Sua “descoberta” de sexualidade. Sua descoberta da AIDS. E todos os momentos maravilhosos e mágicos da banda.
Eu nunca disse ser fã do Queen, mas sempre fui um admirador assíduo da banda, essencialmente no período que Freddie Mercury foi membro. Não sei se considerarão como spoiler – acho que já soltei alguns, peço desculpas por isso – mas não mostram os momentos finais de Freddie, e acho o mais correto a ser feito, pois o mais importante é sabermos o quanto esse artista brilhou e o legado que deixou. Sua voz, sua música, para sempre encantarão os admiradores, os fãs e toda uma velha – e por que não nova – geração que sempre escutará e agradecerá por Freddie e o Queen terem existido e trabalhado em uníssono.
Quanto ao trabalho de elenco – lógico, não poderia deixar de mencionar – temos que admirar cada dia mais o trabalho de Rami Malek. Começou com trabalhos menores até se tornar o protagonista da série “Mr. Robot”. Alguns duvidavam de sua possibilidade de encarar um personagem tão cheio de personalidade como Freddie Mercury, mas ele demonstra ser totalmente capaz de encarar o papel e o torna bastante crível. O mesmo posso dizer com a atuação Gwilin Lee, Ben Hardy e Joe Mazzello que interpretam Brian May, Roger Taylor e John Deacon, respectivamente. O grupo se torna totalmente verossímil nas telas e, como eu havia dito, temos também os problemas de cada membro sendo citados na decorrência da película.
“Bohemian Rhapsody” vai além da história do Freddie Mercury, narrando o Queen em sua formação original e tudo que pode ser dito para a formação de uma das maiores bandas do mundo.

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