Seguindo com meu relato sobre a mitologia grega (já abordada na primeira e na segunda parte), vamos partir para o pai dos deuses, o soberano do Olimpo. Aquele que precisou travar inúmeras batalhas para mostrar sua hegemonia, que teve várias mulheres, mas não foi fiel a nenhuma, somente ao seu ideal, ter uma casta vasta e que pudesse lutar por ele. Estamos falando de Zeus. Hoje falarei sobre sua ascenção, suas batalhas e seus amores. Leiam e apreciem:
Já na condição de rei e senhor do mundo, Cronos desposou sua irmã Rea e com ela teve seis filhos: Deméter, Hades, Hera, Héstia, Poseidon e Zeus. Sabendo através de um oráculo de seu pai, Urano e sua mãe, Gaia, que um de seus filhos viria a destroná-lo um dia, como ele o havia feito com seu pai, ele devorou seguidamente, logo após o nascimento, Deméter, Hades, Hera, Héstia e Poseidon. Indignada com o infanticídio cometido pelo marido, Rea, sentido a hora de dar Zeus à luz, Foi pari-lo secretamente em Dicte, ilha de Creta. Para enganar Cronos, Ela envolveu uma pedra com fraldas e entregou-a ao marido que a devorou. Amaltéia, uma ninfa* - em outra variante uma cabra temida pelos Titãs - , amamentou Zeus e protegeu-o em sua caverna da ira de Cronos, e para abafar o choro do deus-menino, ela pôs perto da caverna os Curetes – Ácmon, Damneu, Ideu, Milisseu, Minias, Ocítoo e Primneu – que o protegeriam com seus cantos e danças ruidosas. A irmã de Amaltéia, Melissa, alimentou Zeus com mel puro.
Chegando a fase adulta, Zeus decidiu tomar o poder dos céus, até agora pertencido a Cronos. Com isso ele foi a procura de Métis, filha de Oceano e Tetis, Titãs do mar, de quem recebeu uma poção mágica. Ordenando a mãe, Rea que desse esta poção a Cronos, Zeus conseguira que este vomitasse todos os seus irmãos, que o ajudaram a derrotar todos os Titãs e expulsá-los de Urano(céu). Tendo o auxílio dos Hecatônqueires e dos Ciclopes, por conselho de Gaia, sua avó, a vitória foi mais que definitiva.
Após isso feito, houve um sorteio entre os irmãos para saber quem ficaria aonde. Zeus recebeu o reino de Urano, Poseidon recebeu os mares para governar e Hades ficou com o Inferno. Mais tarde, Zeus decretou que os Titãs deveriam ser confinados ao Tártaro, injuriada com isso, Gaia ordenou aos Gigantes que atacassem os deuses olímpicos, e mais uma vez, após uma batalha prolongada, o deuses venceram e confinaram também os Gigantes Hecatônqueires ao mesmo destino que os Titãs.
A última e mais ardilosa batalha enfrentada por Zeus foi contra Tífon, um monstro terrível filho de Gaia e do Tártaro.
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ZEUS x TÍFON – ÊQUIDNA
Tífon, filho de Gaia com o Tártaro, era um ser horrível, meio homem e meio monstro, a criatura mais alta existente no planeta, a tal ponto que sua cabeça atingia as estrelas, possuía uma força descomunal, tinha olhos flamejantes e o corpo da cintura para baixo, envolto de serpentes. Quando ele abria os braços, suas mãos tocavam simultaneamente o oriente e o ocidente. Em vez de dedos mas mãos, elas tinham cem cabeças de dragão.
Após a derrota dos Hecatonqueires, Gaia foi a Hera difamá-lo. Esta pediu vingança a seu pai, Cronos, que lhe deu dois ovos cobertos com seu sêmen. Hera os enterrou e deles saiu Tífon, que somente sua força já era o bastante para destronar o próprio Zeus.
Confiante em si mesmo, Tífon atacou Urano(o céu), e somente Zeus e Athena, filha deste com Métis, o enfrentaram, enquanto os demais deuses fugiram para o Egito. Com os raios feitos pelos ciclopes, Arges, Brontes e Esteropés, Zeus alvejou Tífon e depois golpeou-o com sua foice divina, fabricada por Hefesto, seu filho com Hera, mas apenas feriu o gigante que reagiu e tomou-lhe a foice, cortando os tendões dos braços e das pernas de Zeus com ela. Tendo feito isso, Tífon arrastou o deus até a Cílicia, prende-o em uma gruta chamada Corícia, ocultando os tendões em uma pele de urso e deixando-os sobre a guarda de Delfine, um dragão que da cintura para cima é uma mulher e da cintura para baixo é uma serpente.
Conseguindo passar pela vigilância de Delfine, Hermes, filho de Zeus e Maia, uma ninfa e seu filho, Pan, conseguiram recuperar os tendões de Zeus e, depois repuseram nele, que imediatamente recuperou sua força e voltou a Urano, para retomar o que era seu por direito.
Após uma longa perseguição, Zeus fulminou Tífon com seus raios sob o Monte Etna, quando eles atravessavam o mar da Sicília. Tífon ficou aprisionado dentro do monte de onde dizem que sua fúria saía através das lavas que de lá jorravam.
Durante seu período de ascensão, Tífon teve como parceira a Êquidna, um monstro em forma de mulher que da cintura para baixo em vez de pernas eram serpentes. Chegaram a se unir após este Ter largado Zeus em uma gruta na Cílicia. Com Êquidna, Tífon teve quatro filhos: Ortro, um monstro de várias cabeças e corpo de serpente, guardião do rebanho de Geríon; Cérbero, um monstro com três cabeças de cão, uma serpente no lugar da cauda e grande quantidade de serpentes no dorso, era guardião do portão do Inferno, morada de Hades; Hidra de Lerna, monstro em forma de serpente com cem cabeças; Quimera, um monstro que possuía a cabeça de leão, corpo de cabra e da cintura para baixo corpo de serpente. Com seu filho Ortro, Êquidna teve ainda mais dois filhos: Esfinge, um monstro com cabeça de mulher, corpo de leoa e asas de
uma ave de rapina, tinha o costume de devorar o mortais que não descobrissem seus enigmas; Leão de Neméia, um leão monstruoso e invulnerável, enviado por Selene (a lua) para a região de Neméia aonde devorava seus habitantes e seus rebanhos.
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OS AMORES DE ZEUS
Após muitas batalhas, Zeus decidiu se estabelecer em um local e escolheu o Olimpo, um monte localizado na fronteira da Tessália com a Macedônia. Lá ele criou sua morada e, de lá controlava todos os mortais.
Tudo em ordem, Zeus foi a Oceano e lhe pediu Métis, sua filha, em casamento. Ele achava que tinha uma dívida com a sua prima por essa ter-lhe ajudado na luta contra Cronos.
Métis de começo se esquivou das investidas de Zeus e de suas metamorfoses, mas no final terminou cedendo. Ficou grávida e quando estava para ter um filho do Deus supremo, este a engoliu. Fez isso pois tinha sabido com o Oráculo de Gaia que Métis viria a ter uma filha dele e que esta viria a ter um filho que o destronaria.
Prometeu, primo de Zeus, rachou-lhe a cabeça com um machado e de lá saiu Atena, já adulta e armada.
Depois disso, Zeus desposou Têmis, sua tia , e com ela teve as Horas, chamadas respectivamente como Dike (a Justiça), Irene (a Paz) e Eumonima (a Ordem) e depois nasceram as Moiras, Átropos, Clotó e Láquesis, que determinavam a vida que cada Deus ou mortal da Terra, desde seu nascimento até a sua morte, com um fio em que cada uma tinha uma determinação. Enquanto uma fiava, a outra desenrolava e a terceira cortava com a tesoura determinando o fim da vida de alguém.
Zeus desposou outra tia sua, Dione, com quem teve Afrodite, que nasceu das espumas do mar.
Zeus veio a desposar várias outras: Eurímone, irmã da falecida Métis, ele teve as Cárites (Graças), Aglaia, Eufrosine e Talia (ou Táleia), divindades da beleza que adornavam a natureza e alegravam os deuses e os homens cantando e dançando em coros. Apareciam igualmente no séquito de Atena, deusa dos trabalhos manuais femininos e da atividade intelectual, como no de Afrodite, deusa da beleza e do amor; a titanide Mnemosine (a Memória), com quem teve as musas, Calíope, Clio, Euterpe, Erato, Terpsícore, Melpomene, Talia, Polímnia e Urânia. Elas, junto com as Cárites, cantavam e dançavam nas festas dos deuses, inspiravam também muitos mortais em escultoras e pintoras, mas devido ao zelo por suas qualidades, elas chegavam a punir alguns que as desafiavam.
As Musas chegavam a se dividir, Caliope era a musa dos poemas épicos, Clio era da história, Euterpe da música das flautas, Erato da poesia lírica, Terpsícore da dança, Melpomene da tragédia, Talia da comédia, Polímnia dos hinos sagrados e Urânia da astronomia; Letó, sua prima, ele teve os Gêmeos Apolo e Ártemis; e com sua irmã Deméter, ele teve Perséfone, esposa de seu irmão Hades, deus do Inferno.
Mas, a verdadeira união de Zeus foi com Hera, deusa do casamento e sua irmã. Se uniu a ela logo após deixar Têmis, sendo então todas as outras uniões adultérios cometidos por Zeus.
Com Hera, Zeus teve quatro filhos: Ares, Ilítia, Hebe e Hefesto. Ares era o deus da guerra e das Amazonas, Ilítia era a deusa das parteiras e sempre ajudava sua mãe em perseguições aos seus meio-irmãos ou as amantes de seu pai, Hebe era a deusa da juventude, ela preparava o banho de Ares e ajudava sua mãe a aprontar o carro desta, dançava com a Musas e as Cárites enquanto seu meio irmão Apolo tocava sua lira, e servia o néctar aos deuses.
Zeus foi infiel várias outras vezes, mas com mortais de belezas divinas. Muitas dessas vezes ele assumia aparências diferentes para fugir dos ciúmes doentio de Hera. Muitas mortais foram possuídas por Zeus: Alcmene, mãe de Herácles, teve-o como amante por ocasião de seu marido, Anfitrião, ter saído em batalha; com Plutó, filha de Atlas, ele teve Tântalo, que consequentemente se unindo a uma plêiade, Dione, ele teve Pêlops e Níobe, e por via de Pêlops, nasceram Atreu e Tiestes, e na geração seguinte surgiram Agamêmnon e Menelau, todos esses devido a sua ligação divina eram grandes guerreiros; com a ninfa Egina, filha do deus do rio Ásopo, que ele raptou, Zeus teve Éaco, que por morar sozinho na ilha em que nascera, pediu a seu pai para transformar as formigas em humanos, atendendo a seu pedido, O Deus concebeu humanidade as formigas e este povo ficou conhecido como os Mirmidões (myrmex em grego significa “formigas”). Éaco se uniu a Endeís, filha de Cirón e de Caricló, e teve com ela Telamon e Peleu. De uma segunda união com Psamaté, uma nereide, ele teve Foco, um grande atleta que foi morto pelo seus meio-irmãos. Telamon se refugiou em Salamina e se tornou rei. Teve, com sua esposa – da qual o nome não é mencionado nas história – Ájax. Peleu foi purificado pelo rei de Ftia e logo após a morte deste se tornou rei também, da sua união com a nereide Têtis, nasceu Aquiles.
Zeus teve muitas outras aventuras amorosas, como exemplos sua união com a mortal Nióbe, teve Argos e Pélasgo, com a união com a ninfa Calisto teve Arcás, herói dos arcádios e com Leda ele teve Pólux, Cástor e Helena.
Zeus não se limitava a amar incansavelmente somente mulheres, chegou uma vez a raptar o troiano Ganimedes, quem amou com extremo fervor.
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