quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Papillon (2018)


Henri “Papillon” Charrière (Charlie Hunnam) era um arrombador de cofres quando foi acusado injustamente do assassinato de um gigolô e, por causa disso, foi destinado a uma colônia de prisioneiros na Guiana Francesa, onde conheceu Louis Dega (Rami Malek), um milionário que foi acusado de falsificação. Como foi condenado a prisão perpétua, Papillon somente tinha um objetivo, a liberdade, e lutaria por isso até quando suas forças permitissem.
Baseado nos livros “Papillon” e “Banco” de Henri Charrière, o filme “Papillon” conta como o personagem título conseguiu sobreviver as colônias prisionais da Guiana Francesa, de St. Joseph’s e da Ilha do Diabo, o último destino de Charrière. O impressionante da história não são somente as fugas de Papillon, mas também o enorme laço de amizade que ele criou com Louis Dega. Também temos a esperança no ar, de várias formas. Dega tinha esperanças de liberdade através de uma apelação de seu advogado e sua esposa, Papillon tinha esperanças de liberdade através da fuga, assim como vários outros prisioneiros, mas a diferença era saber como mantê-la, algo que ele soube.
Daí entro no sentido de comparação. Em 1973, o diretor Franklin J. Schaffner dirigiu o filme “Papillon”, com base no roteiro escrito por Dalton Trumbo e Lorenzo Semple Jr. No filme ele contava a mesma história de Charrière, sua prisão, sua amizade com Dega, suas tentativas de fugas e, a partir daí, existem as diferenças, pois no filme de Schaffner percebe-se um maior aprofundamento no livro, pois existem detalhes entre os dois filmes bem distintos. Aaron Guzikowski preferiu concentrar-se mais nos objetivos de Charrière do que no panorama geral, ago que Trumbo e Semple Jr. fizeram. Já a direção de Michael Noer é bem realizada. Ele consegue trabalhar as atuações de todos os personagens de forma bem centrada em seu objetivo.
Não julgarei atuações, pois comparar Charlie Hunnam e Rami Malek com Steve McQueen e Dustin Hoffman seria ousado demais da minha parte e não tenho esse objetivo. Para mim, as atuações de Hunnam e Malek são bem satisfatórias e bem dentro do contexto da história. Me impressiono muito com o trabalho de Malek que a cada dia que passa demonstra seus um ator formidável. Seus dois trabalhos desse ano somente me alegraram.
Em uma apuração final, “Papillon” se perde devido a objetividade do roteiro e não em um aprofundamento maior, fazendo uso mais extensivamente da história de Henri Charrière, que demonstrou saber como sobreviver aos verdadeiros infernos prisionais da sua época.

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